sexta-feira, agosto 17, 2007

(Des)ligados

Desde que voltei para Portugal, depois de estar ausente durante 5 meses, sinto que não voltei para a mesma vida que tinha anteriormente. Sinto as pessoas mais afastadas e não percebo porquê, não foi de certeza por não me ter lembrado delas diversas vezes, dos postais e dos presentes que enviei.
Apercebo-me cada vez mais de que, apesar de estarmos todos ligados como nunca antes através dos meios de comunicação, de estarmos a viver o processo de globalização, conhecemo-nos muito pouco. Cada vez há menos paciência e tempo para conhecer profundamente alguém. Dá muito trabalho e implica conhecer os defeitos e lidar com as dificuldades, de sofrer e por vezes de nos desiludirmos, o que para muitos é perda de tempo, quando há tanta gente nova para se conhecer e facilmente descartável. E é assim que, progressivamente, deixamo-nos de dar a conhecer ao mundo, pois o próprio mundo não nos quer conhecer verdadeiramente. Somos menos amados, pois só conhecendo realmente o nosso interior é que pode nascer algo mais forte e duradouro. É pena eu, hoje dia, pensar que um dos meus maiores desejos na vida é não ser esquecida e ter pelo menos alguém que tenha tido o tempo e a dedicação para me conhecer realmente.